Como se explica que a corrupção
seja fator quase inócuo no momento de se decidir uma eleição? Sempre imaginei
que uma tenebrosa corrupção, nos mais altos escalões governamentais, poderia
desfavorecer e até impedir a eleição de um candidato. Entretanto, parece que
não existe correlação entre o desvio de vultosas quantias, de escândalos
diários, do comprometimento de quase todas as Instituições em falcatruas e a
nossa Presidente, que se diz não saber de nada, estar se mantendo em primeiro
lugar.
Não posso deixar de levar em
conta que a classe menos favorecida foi contemplada com algumas melhorias. Entretanto,
se os recursos que foram surrupiados estivessem direcionados a favorecer todas
as áreas que compõem o IDH, imagino o gigantesco salto em qualidade de vida que
poderia ser alcançado por todos nós cidadãos brasileiros.
Levanto a hipótese de que estas
pessoas passam a se agarrar ao pouco que têm com medo, diante da assustadora
propaganda política, de que vão lhes tirar todos os benefícios (acredito que um
deles deva ser deixar de tomar iogurte). Estudos apontam que as pessoas se
tornam mais avessas ao risco quando estão em situações de falta ou escassez.
A escolaridade da nossa população
é mantida a ferro e fogo nos mais baixos padrões. Não existe preocupação alguma
com o ensino justamente para manter boa parte do povo nas mãos de políticos
populistas. A proposta dos governantes é impedir que a população alcance um
nível de instrução que lhes permita pensar o Brasil de um modo maior, onde haja
significativo desenvolvimento do país na sua totalidade, beneficiando a todos
nós.
Já me perguntaram se o povo é
conformado e eu acho que é paralisado.
Segundo uma pesquisa realizada, a
população que reside em favelas respondeu que se sente muito feliz em residir
lá e não desejam se mudar de jeito nenhum (os gastos com serviços inexistem é
verdade). A preocupação é com o dia a dia, desconhecem o significado da palavra
cidadania e não percebem que contribuem para a monumental arrecadação
tributária. São trilhões arrecadados que não lhe são devolvidos sob a forma de
serviços essenciais básicos.
A cultura tem sido extremamente
beneficiada nesse governo e lhe presta grande devoção. Aplacam a sua
consciência referindo-se à inclusão social, à distribuição de renda e fecham a
consciência diante de tudo que é surrupiado e que poderia ter sido evitado como
a falência da saúde, transporte, habitação, infraestrutura e etc.
Torna-se totalmente
incompreensível para mim que pessoas da classe intelectual, ditas da esquerda,
não se envergonham de compactuar com os inimagináveis recursos que abastecem as
contas bancárias dos tais protetores dos pobres que se fartam de mordomias
esdrúxulas. Ou os nossos intelectuais não pensam ou odeiam a população carente
e desejam que ela fique do jeito que está para que eles não percam, na escala social,
o lugar de classe média.
Há um grupo de pessoas
esclarecidas que veem e não veem a corrupção. Para elas é necessário manter, a
todo custo, a sua crença de que o PT é o único partido que é capaz de se
preocupar com o social e a pobreza. Não cabe, na sua realidade psíquica, a
constatação da verdade de que esses anos todos eles têm apoiado um erro.
Na lista dos quarenta por cento
que apoiam a nossa presidente estão os maus empresários, aqueles que
superfaturam obras, que desconhecem a palavra planejamento, com o intuito de
arrecadarem o máximo que puderem e sempre oferecendo o mínimo, com obras de
péssima qualidade, algumas até desabando. Oferecem fortunas nas campanhas,
sempre de olho no retorno deste investimento que é muito rentável.
Enigmática é a posição dúbia de Frei
Beto que, fazendo parte do governo, se desincompatibilizou do cargo que ocupava
por não concordar com as trapaças. Ele tem plena consciência da corrupção transcendental
que assola o nosso país. Difícil é tirar o PT de dentro dele.
Essa maneira de governar, mentindo,
enganando o povo, fazendo uma campanha dolorosamente vergonhosa e traz
consequências morais sérias. Hoje em dia não há a preocupação com o próximo,
com a qualidade dos serviços prestados, com os preços exorbitantes cobrados,
com o vale tudo institucionalizado. O negócio é ficar rico.
O exposto acima é uma tentativa
de explicar os quarenta por cento da população que opta por votar no PT. Tento
entender o que se passa nas cabeças dessas pessoas que insistem em apoiar um
partido que se move através de esquemas criminosos fazendo de tudo para se
manter no poder e que ironicamente surgiu como o partido da ética.
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