Alegoria da imundície (Foto: Ale Silva / Futura Press / Estadão Conteúdo) |
Considero o carioca muito pouco presente no que se refere
aos cuidados e responsabilidades que o seu bairro ou a sua cidade merecem. Adoram
programas cômicos, o carnaval é uma verdadeira apoteose e breve viraremos
Bahia. O lazer é intensamente buscado e, muitas vezes, de forma frenética.
Costumo ver jovens se deslocando de bar em bar com copos de cerveja nas mãos,
sempre em busca de novidades. Confesso que fico sempre triste e chocada diante desse
fenômeno que atinge crianças nos seus doze ou treze anos. Penso, também, que
ele nos sinaliza que algo não está indo bem.
É óbvio que diversão faz parte da vida dos jovens e também
na dos não tão jovens. Evidentemente não estou dizendo que todos se comportam
de forma alienada. Vejo muitas críticas e observações muito pertinentes na
mídia e nas redes sociais.
Entretanto, por mais que alguém esteja ligado na
brincadeira, na conversa, nas músicas, na cerveja é absolutamente
incompreensível que os resíduos, os copos, latas, garrafas, papéis de
salgadinhos tenham como destino o chão. É muita incivilidade, fruto não só de
um estado torporoso como também de um hábito que se instalou na cidade de que a
terra é de ninguém.
Essa atitude perversa encontrou este ano (o ano passado o
Leblon ficou uma semana sem ver os garis) a greve dos garis da limpeza urbana
que pegou a Prefeitura totalmente despreparada. Aliás, só a Prefeitura para
marcar uma bobeira dessas, ou seja, nenhum plano B para ocupar a posição dos
faltosos.
A outrora esplendorosa e eficiente COMLURB se transformou em
uma inoperância absoluta. Quem mora no Leblon anda passando o pão que o diabo
amassou nas mãos dessa empresa.
O fato de estarmos sendo submetidos a essa dolorosa e
necessária experiência que se chama obras do Metrô, os garis deveriam ser
instruídos a ter especiais cuidados para que a população do bairro seja
minimamente atingida, porém é o contrário, já que estamos em obras, deixa para
lá. Todo mundo sabe que as ruas internas do bairro são varridas por alguns
porteiros que se sensibilizam com a poeira que nos invade.
Não existe carro varredura para a Av. Bartolomeu Mitre e a
poeira que sobe, devido ao trânsito intenso é sufocante. Também jamais vi jatos
de água, tão comuns em outros países nessa situação, serem lançados para
aliviar o impacto nocivo dessa poeira, principalmente em crianças e idosos
alérgicos.
Completando o caos da atual COMLURB, ela que não dá conta da
limpeza urbana, ainda por cima lhe entregaram, aos seus cuidados, nossas
árvores. Não precisamos ser adivinhos para enumerar as consequências: não possuem
mão de obra qualificada para o serviço, não dispõem de material, as escadas,
por exemplo, não alcançam as árvores, a poda é feita na parte de baixo da
árvore e por aí vai. É lamentável presenciar
as ervas- de- passarinho cobrindo, como um manto assassino, as belíssimas
árvores. E logo eu que sou apaixonada pela natureza.
Penso que a COMLURB precisa de socorro urgente. É fato que
os garis são mal remunerados como a maioria da população, mas a empresa pública
de limpeza necessita de um maior contingente de pessoal, maior fiscalização
para garantir eficiência do trabalho, assim como de técnicos para que cuidem
das árvores, duas já tombaram a um metro
de mim. Haja DEUS para acudir nosso povo. Uma nova direção na COMLURB não faria
mal algum.
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