O Troigros mesmo com sucesso de público não é uma garantia para 2014 |
O jornal O Globo dedicou, em 14-11-2013, uma página inteira intitulada:
Passa-se o Ponto.
A reportagem versa sobre os estratosféricos preços exigidos
para as lojinhas do Leblon, sabendo que estas contarão certamente com as
calçadas (alias, a prefeitura poderia cobrar IPTU também pelas referidas calçadas
desses estabelecimentos).
O que se tem observado, com frequência, é a intensa
rotatividade dos estabelecimentos comerciais que ali se instalam e, fatalmente,
após pouco tempo se tornam disponíveis para novo aluguel. O óbvio motivo é que
receita e despesas acabam resultando em prejuízo.
Foram ouvidas várias pessoas relacionadas à situação comercial
do Leblon. A senhora Evelyn Rosenzweig, atuante presidente dessa Associação,
deu enfoque ao funcionamento do metrô, a partir de 2016, como elemento propiciador de
muita expectativa quanto à movimentação comercial no bairro. Como consequência
desse fato os preços dos imóveis teriam disparado.
Gostaria de abordar outro ponto de vista a respeito da
chegada do metrô ao bairro. Existe uma população, tanto na zona norte como na
zona oeste, economicamente bem favorecida, que no meu modo de entender gasta até
mais que os moradores da zona sul, que obviamente não usarão o metrô. Os mais
ajuizados usarão táxi devido a essa maravilhosa Lei Seca, outros trarão seus
carros, símbolos de sua ascensão, que serão entregues ao Valet Park que os
estacionarão no primeiro buraco que encontrarem. Essa população já frequenta a
tão famosa Dias Ferreira.
As pessoas que utilizam o metrô, não existe aí nenhum preconceito
meu até porque considero esse meio de
transporte ecologicamente correto, não dispõem de recursos para aceitar os
altos preços do Leblon. Precisaremos de muitos anos para que se tenha
transporte público de qualidade e que a população consiga deixar de usar seus
carros, como acontece em Nova Iorque onde as pessoas saem à noite usando o
transporte público, independente da classe social.
Outra pessoa ouvida foi o senhor Wagner Figueiredo, Corretor
de Imóveis Especiais, que relata que os preços altos cobrados pelos proprietários
não atrapalham porque o mercado no Leblon “vai muito bem obrigado”. Não é essa
a opinião de uma proprietária de várias lojas no bairro vazias, há bastante
tempo, porque ela só deseja aluga-las para um tipo de comércio que atenda à classe
AAA. Ela está certa, pois alugar não é muito difícil, o grande desafio é
mantê-las.
A última opinião chamou muito a minha atenção e foi a de um
homem simples, mas bom observador. São suas estas palavras: o comércio vive de
altos e baixos, pois o pessoal quer novidade. Se não, o tempo passa e o lugar
fecha. Ele está falando da inconstância do público que frequenta a Dias
Ferreira. Há vários motivos para isso: Por exemplo, são pessoas, em sua maioria,
cuja efervescência mental está diretamente relacionada ao estímulo externo,
ansiando por novidades, por expectativas que lhes tragam muita emoção e
alegria; há também aqueles que gostam de ver e serem vistos no pontos ditados
pela moda do consumo. É de se esperar, então, que o estabelecimento novo comece
bombando e rapidamente se torne velho e sem graça.
A reportagem mostrou, também, que nosso Prefeito, preocupado
com o Leblon, Área de Proteção do Ambiente Cultural, apressou-se em oferecer ao
bairro a garantia “da preservação de práticas e costumes do modus vivendi carioca”.
Assim sendo, o alvará para o estabelecimento necessita de uma análise da
Subsecretaria do Patrimônio Cultural. Gostaria de pedir, ou talvez a palavra
seja implorar, para que seja colocada nesse alvará a preservação da pratica e
do costume do nosso “modus vivendi” de DORMIR, porque o Leblon além de ser um
bairro de bares, também é residencial.
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