sexta-feira, 19 de abril de 2013

Os quatro tipos de Carioca


O carioquismo tem várias formas e cores. Esses diferentes perfis explicam em grande parte o atual estado da cidade. Vejam as quatro categorias:

Os ufanistas: o Rio é a melhor cidade do mundo, sua beleza é incomparável, seu povo é alegre, tira tudo de letra, ri da sorte e ri da dor. Até a desordem e o caos são criativos e interessantes, fazendo a apologia da miséria. Nenhuma crítica é permitida. Toda tentativa de organização é vista como fascismo! Os defensores de plantão aparecem imediatamente, dizendo: “praia, o futebol, o Carnaval, tudo isso junto numa cidade só é demais”. Qualquer reclamação se torna ultrajante, “Deus até castiga”. O Rio continua lindo... (Gil).

Os pessimistas: aqueles que não acreditam em nada.  Escarnecem de qualquer tentativa de protesto. Estes bradam: “Passeata contra a corrupção? E essa população alienada, que não é educada?”, “Nunca seremos primeiro mundo!”, “Não há pibão que dê jeito”, “Se eu pudesse iria embora!”, “Essa roubalheira não tem jeito...”. Para estes não há luz no final do túnel. Posso até entender o desânimo, porém não compactuo com esse modo de pensar. Ele é paralisante e contagia as pessoas demais. Sempre acho que há certo comodismo nessa atitude.

Os otimistas, estes acreditam que: a cidade terá grandes benefícios com esses eventos, não só econômicos, mas ficaremos ainda mais conhecidos, o mundo estará todo de olhos voltados para nós. Também poderemos ter o autódromo, os estádios à nossa disposição. Certamente toda a fortuna que gastamos voltará aos cofres públicos. É o morador que acreditou que “nadaria no Maria Lenk, que a Baía de Guanabara junto com a Lagoa Rodrigo de Freitas seriam despoluídas”. O culto à irrealidade fascina porque nada precisará ser feito, é só esperar que tudo se resolverá sem nenhum esforço.

Os realistas, grupo ao qual me incluo: que ama o Rio de Janeiro de verdade e acha que ele deveria ter o título de sua Majestade. Tendo o mar ao leste e ao oeste a floresta, em dias de céu azul é um esplendor só. Quem ama cuida, não finge que está tudo bem. A luta é grande, temos de enfrentar o tal jeitinho carioca, as transgressões, o slogan de um antigo Prefeito: “ilegal e daí?”, o problema dramático dos transportes, saúde, educação... A cidade não é perfeita, mas ela tem jeito, só que as coisas não se resolverão por conta própria. Penso que a população necessita se envolver mais, até porque a cidade na qual vivemos está doente e nos adoece.

E você, em qual categoria se encaixa?   

Nenhum comentário:

Postar um comentário