sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A Mais Nova Crise do Bondinho

Hoje vamos falar sobre a nova crise que vive o Bondinho de Santa Teresa. Ainda não encontrei um adjetivo capaz de ilustrar a balbúrdia e os milhões gastos a rodo, sem recorrer à uma palavra imprópria. O bondinho, como todas as obras, foi entregue às empresas que apresentaram só o projeto inicial.

Em 1877, portanto em uma época sem grandes avanços tecnológicos, foi criado o bondinho que em 1896 passou a ser elétrico e funcionou até 2011. A Secretária de Transporte, liderada por Júlio Lopes, o deixou em situação lastimável. Por falta de freios, seis pessoas perderam a vida e cinquenta e seis se feriram.

Há cinco anos estamos observando as obras de recuperação, tempo exageradamente longo que por si só é um absurdo. Nós, os contribuintes, merecemos uma explicação para os valores gastos. O orçamento inicial era R$ 58,6 milhões, e após sete aditivos passou a custar R$ 125 milhões.

A Secretaria Estadual de Transporte justificou os gastos adicionais com a necessidade de obras para remanejar tubulações e melhorar a captação de água pluvial.

Esses aditivos têm o nome de VERGONHA! O projeto básico não compreendia todas as especificações da obra. Com a certeza da possibilidade dos aditivos, vai-se usando e abusando de verbas públicas.

Esse encanto que é o bondinho agora tem as obras paradas. O Estado não tem recursos nem para pagar os funcionários que estão vivendo dias de penúria.

Como todos os arquitetos sabem, os empreiteiros precisam apresentar ao governo um projeto bem detalhado e estudado, sabendo-se de antemão tudo que será necessário fazer. Idealmente, deveria haver um seguro que opere fiscalizando os trabalhos e garantido o custo original da obra.

O povo precisa exigir dos governos que qualquer obra só poderá ser executada depois de bem analisada. Esse país de miseráveis não pode dar cheque em branco para empreiteiras irresponsáveis que tomam o nosso dinheiro e devolvem aberrações como a obra parada do bondinho.

120 anos depois do bondinho elétrico, com inúmeros avanços tecnológicos, parece que perdemos o elemento mais essencial: a moralidade pública.

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