O drama do descuido com a vida |
Nesta semana assistimos a uma tragédia de proporções bíblicas,
a barragem em Mariana se rompeu. O por que ainda não é claro, mas tudo indica
que foi falta de cuidados que permitissem uma segurança adequada e manutenção,
tema recorrente em nosso Brasil. A displicência mais uma vez custou vidas e,
neste caso, também uma cidade inteira.
Gostaria de pensar que a tragédia de Mariana é um caso
isolado, mas nossa história cotidiana está repleta de pequenos exemplos que
ameaçam a vida. Talvez por terem magnitudes menores não são levados a sério,
mas se somados veremos números assustadores de quantas mortes poderiam ser
evitadas.
Estou falando de calçadas que são armadilhas para os mais
idosos, e os nem tão idosos assim, devido a sua má conservação. Estou falando
dos ônibus desta cidade que arrancam e freiam bruscamente enquanto são dirigidos
por pessoas em condições desumanas. Estou falando das árvores que todo verão
desabam na época de chuvas porque não foi feita poda e cuidado adequado ao
longo do ano. Estou falando dos hospitais que são incapazes de oferecer o mais
básicos à população mais carente. Estou falando de outros milhões de exemplos
que todos conhecemos muito bem.
Quando o evitável ocorre, a resposta das “autoridades” é
sempre a mesma, isso quando respondem, um verdadeiro empurra de
responsabilidades que sempre acabe em impunidade.
O empurra chega até o cidadão, cobram dele, também, a responsabilidade de fiscalizar e denunciar, o que é correto. Mas quando alguém se dá ao trabalho de
denunciar encontra as mais variadas barreiras e ninguém lhe atende. Sei bem,
pois denunciei várias vezes o estado das árvores na Rua Desembargador Alfredo Russel,
durante ANOS, e ninguém nunca fez nada. Essa semana o evitável ocorreu, por
sorte não tivemos fatalidades...
Temos que continuar lutando pela vida e exigir que o governo
peça perdão, não só com palavras, mas com ações reais. Perdão e desculpas “sociais”
não queremos mais ouvir, tampouco justificativas esfarrapadas e o tradicional
empurra de responsabilidades. A vida deve ser tratada como sagrada, só assim
não precisaremos mais repetir tragédias como de Mariana, Santa Maria, Teresópolis,
Morro do Bumba e tantas outras menores que nem viram notícia...
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