A morte
absurda do cinegrafista Santiago Andrade banhou de tristeza a população da
nossa cidade. Perdemos um profissional excelente, premiado duas vezes, que se
embrenhava em lugares difíceis, com o intuito de nos trazer todo tipo de
informação, contribuindo para o exercício de uma imprensa livre. Este cidadão
se arriscava diariamente para nos levar onde normalmente não iríamos.
Santiago
pode não ter sido, aparentemente, o alvo direto das ações terroristas do Black
Bloc, mas todos sabemos do ódio que eles demonstram nutrir por jornalistas. Essa
turma deseja ser “livre” para esbanjar o turbilhão de ataques violentos que
inundam suas mentes e se inebriar com a volúpia que isso que isso lhes causa.
A morte de
Santiago completou um assassinato anterior cometido por esse hediondo grupo.
Eles mataram o sonho de milhões de brasileiros, jovens ou não, que saíram às
ruas, clamando por um Brasil melhor. Era uma luta travada contra os abusos dos
políticos, contra a corrupção obrigatória em todas as Instituições, contra a
escandalosa desigualdade social e quanto a tudo que faz esse país, rico de
potencialidades, permanecer, na escala mundial, nos últimos lugares em
situações essências para o desenvolvimento.
Lamentei
muito, em postagens anteriores, que os indivíduos do Black Bloc não foram
levados a sério, pareciam até que estavam sendo bem-vindos, pois o barulho das
ruas com suas bandeiras e reinvindicações, incomodava a inércia dos nossos
políticos e os tirava do dolce far niente de suas vidas. Jamais vi a Câmara dos
Deputados tão repleta.
Hoje,
próximo à Copa, os políticos parecem estar correndo atrás do prejuízo de ter uma legislação
que não aborda esse tipo de terrorismo que esses predadores da cidade, do
Brasil e do povo cometem. Uma pergunta que não sai da minha cabeça é: a quem
interessa essa violência? Pela revelação do Caio Silva de Souza, alguns desses
vândalos são financiados, possivelmente, pelos próprios políticos.
Tenho
acompanhado, apreensivamente, a escalada de atos violentos em nossa cidade.
Pessoas que sofreram assaltos ou se sentiram ameaçados e prejudicados, nos dias
de hoje, procuram justificativas para esta turbulência em nossas vidas: a
primeira diz respeito aos marginais que, vendo seus tóxicos-negócios
diminuírem, estão se transferindo para as calçadas desta cidade ou para outros
municípios; a segunda se refere ao policiamento das UPP, que obviamente se faz
necessário, porém esvazia o resto da cidade de recursos policiais. São
hipóteses possíveis.
Gostaria de
acrescentar mais uma: desde junho, com o aparecimento desse grupo destruidor, presenciamos
ataques periódicos à cidade e à população, que culminaram com a morte de um
dedicado profissional da área jornalística. A polícia, que ainda age nos moldes
do aparelho repressor dos tempos da ditadura, também tem sua parte no rol de
atitudes desumanas que destroem o senso de justiça e direto, mas hoje estamos
falando especificamente dos manifestantes mal intencionados que saem de casa
com a intenção de destruir e causar o caos.
Toda essa
orgia de agressividade ocorreu, todo este tempo, sem nenhuma consequência. Será
um convite a atos violentos? Os exemplos são inúmeros: assaltos de vários
tipos, os ônibus, repletos de adolescentes, provenientes dos subúrbios com o
intuito de provocarem arrastões nas praias.
E os
rolezinhos? E a quantidade enorme de ônibus queimados? O que dizer de várias UPP
em pé de guerra? Não estariam todos contando com essa aberração que existe no
Brasil que se chama leniência?
Curiosamente,
após a ditadura, qualquer tentativa de se estabelecer regras, fazer cumprir as
leis é vista como repressão, coisas da direita, linha dura, arrocho, ditadura.
Como se fosse possível, milhões de pessoas conviverem com toda essa desordem
que existe sem escorregarem para a barbárie.
Existe uma
teoria sobre atos de menor potencial ofensivos que não são apurados. Estes podem
ser o caminho de entrada para crimes mais graves. A Teoria da Janela Quebrada
(Ou Partida) nos diz que uma janela quebrada aumenta as chances de que outra
seja apedrejada, e que consequentemente a região se torne mais propícia a
delitos mais graves. O mecanismo por trás deste fenômeno seria a demonstração
de falta de estado ou policiamento, acendendo o sinal verde para criminalidade.
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