Nosso país é um adepto da teoria da relatividade, a empulhação é a mola mestra e aparece nos salários, nas leis, na retórica. Nada é e qualquer assunto pode ser ou não, vai depender dos ventos que soprarem. Isto significa que, de acordo com o freguês, as circunstâncias e os vereditos poderão variar.
As condutas contraditórias, esdrúxulas, mafiosas, inadequadas, corruptas por parte das mais altas patentes do país, permitem que o país funcione de modo precário, omisso e incapaz de ações construtivas para o bem-estar do povo. Basta ver a falência dos serviços públicos.
O resultado nefasto dessa politicagem de baixíssimo nível é grandioso. Os cérebros pensantes que faziam parte dos três poderes foram substituídos por mentes insignificantes, com raras exceções.
A população vivendo nesse clima de insegurança, violência, maus tratos, desrespeito, desordem, torna-se confusa, angustiada e violenta. As perturbações emocionais são de tal monta que sobrecarregam o psiquismo, aniquilando o pensamento. Assim sendo condutas patológicas dominam o cenário de nossas vidas. Bom exemplo é o atual Carnaval que de modo algum é uma festa de alegria, de música e felicidade, mas sim uma festa catártica de desvario.
O Brasil está em pleno processo de involução. A cultura sinaliza um caminho de escuridão onde se privilegia o culto ao feio, em todos os setores quer seja na arte, na música, nas novelas, na TV, na moda que é chamada de cool ou informal, até no urbanismo onde os empresários da construção são os responsáveis por degradar a cidade e o país. E olhe que nós temos arquitetos e urbanistas dos bons.
No plano social meu desalento é enorme, onde o pobre, sem direito à infraestrutura básica, se tornou miserável, e os ricos miliardários. Temos setecentos e sessenta e três favelas, cercando o Rio de Janeiro. Em termos de habitação o problema é gravíssimo. Elas foram crescendo, se agigantando aos olhos indiferentes do poder público. Preocupados com o ridículo politicamente correto passaram a se chamar de comunidade.
Um país preocupado com o desenvolvimento procura focar nos atendimentos básicos, planejando, procurando especialistas nas diversas modalidades de habitação, ensino, educação, saúde e segurança e não políticos boçais.
Melhorar a vida da população marginalizada é urgente de modo a se criar pessoas saudáveis preparadas para o trabalho e para competir. Chega de resoluções toscas e paliativas.
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