Parece uma feira e é, só que de imoralidades. |
entendimento.
Sabemos muito bem os sacrifícios necessários para
sobrevivê-la, mas quando estamos num casamento eternizado e indissolúvel com
uma classe política tão deplorável, sem moral e sem vergonha, a crise se torna
um completo desespero, capaz de levar a sociedade toda ao precipício da
moralidade. Vivemos a exceção, onde o correto é o errado, e crime é a norma. Para
tempos assim dizer a verdade é um ato revolucionário, como profetizado por
George Orwell.
Faz parte dos meandros da política, de qualquer país,
entendimentos entre o governo e as Câmaras de deputados e senadores para que os
projetos possam fluir. Mas não é o que estamos presenciando, a luta por um
ministério, por um cargo ou por uma benesse qualquer, parou o país que está
quase em estado terminal. Briga-se pela última gota de sangue do moribundo.
Mentem, trapaceiam, impõem nomes para ocupar cargos importantíssimos de
pessoas que não possuem as credenciais e a qualificações necessárias para presidirem
instituições de grande relevância para a população.
Enquanto isso, sentimos nossa qualidade de vida decaindo a
cada dia, desassistidos em nossas necessidades básicas, apesar da elevada carga
tributária que pagamos e que, pelo visto, não está dando conta de cobrir manobras cada vez mais sinistras. E esses mesmos imorais e sem credibilidade ainda
acham que podem exigir que nós paguemos o pato calados e dóceis.
A avidez, a prepotência, o conluio ao crime, todos vestidos
com terno e gravata, sugerindo respeito e elegância, deixam escancarado, sem nenhuma
vergonha, que não estão preocupados conosco.
A capacidade de nos envergonharmos e com isso pautarmos
nossas vidas de modo digno é fundamental para que qualquer organização
floresça, desde a organização familiar, à organização política e governamental.
Ela contribui para nossa dignidade na medida em que atos ilícitos, dos mais
simples aos mais tenebrosos, sejam censurados. A naturalidade com que aceitamos
todos os tipos de desvios, demonstra a degradação moral da nossa sociedade.
Há momentos em que penso que estamos num eterno carnaval
quando o assunto é moralidade:
São três dias de folia e brincadeira
Você pra lá e eu para cá
Até quarta-feira
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