Solidariedade que sempre deveria existir, mesmo sem tragédias |
O Brasil está de luto pela tragédia de Santa Catarina. Nós
brasileiros, também, somos coniventes com essa barbaridade.
A maior solidariedade que se presta às famílias desses
jovens que perderam seus filhos é lutar por algo que sempre tem me preocupado:
a área da prevenção. Só assim suas mortes não seriam em vão.
Nossos políticos que trabalham três vezes por semana (no
primeiro dia para reivindicar aumento de salário, no segundo para barganhar
cargos e no terceiro para aliviar a culpa dos corruptos, num corporativismo sem
fim) precisam ser chamados à responsabilidade e complementar as leis
existentes.
Precisamos cobrar de nossos governantes a prevenção
constante de túneis, viadutos (Elevado do Joá, coisa gravíssima!!) redes subterrâneas,
casas de espetáculo e etc. Também é da alçada do governo a fiscalização dos
mesmos.
E nós? Conseguimos cumprir as regras mais simples que
existem por aí? Claro que não, por isso não reivindicamos nada, não exercemos
nossos direitos nem nossa cidadania. A preocupação com o social inexiste, cada
um encapsulado em si mesmo considerando que essa é a maneira “esperta” de se
viver. Ninguém pode perder tempo com passeatas, cobranças reivindicações com o argumento
equivocado de que tudo acaba em pizza. Com essa desculpa vamos encobrindo a
letargia em que vivemos, o desrespeito ao outro e a alienação total.
Tenho ouvido e visto coisas que me causam estranheza de tão
chocante:
“Não gosto de pensar porque gasta tempo!”
“Fecho a porta do meu apartamento e não quero nem saber.”
Placas de sinalização de trânsito indicando área sujeita a reboque são desrespeitadas com o seguinte justificativa: “Ah eles não passar aqui porque passaram ontem, e eu preciso fechar meu contrato!”
O lixo é jogado nas praias, encostas e morros, “bobagem a COMLURB é paga para isso! Alias vou deixar meu colchão na esquina porque amanhã é o dia que eles passam.
“Posso entrar no elevador [Já Lotado]? É só mais um!”
Uma aberração... |
O que existe de vitalidade (se é que existe) é dirigida em
todas as classes sociais ao consumo e ao lazer. Eu posso comprar o último
carrão, a última TV de LED, tudo parcelado a perder vista. Essa miopia não
distingue classe social, é endêmica a nossa sociedade que pouco se importa além
de sua própria vida, até que algo acontece...
A falta de engajamento da sociedade em fiscalizar o governo,
que este por sua conta deveria prezar pelo cumprimento das regras, acaba por
gerar este tipo de tragédia, e não a “fatalidade” como alguns querem acreditar.
A busca por mais conforto e de lugares atraentes, faz parte da vida, porém a sofreguidão em que vivemos para busca-las no mundo externo parecem encobrir uma grande insatisfação interna e infelicidade que não podem ser pensadas.
Desrespeito à sinalização |
Ver, olhar, sentir e fazer parte da comunidade são atributos
de nossas existências e serão a chave propulsora para que nós também nos
tornemos auxiliares fiscais do governo, do meio ambiente e da cidade em que
vivemos. Afinal, você ainda lembra em quem votou para vereador em outubro de
2012?
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